quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Estratégias de Investimento no Fairplace

Temeroso com o mercado de ações, ou com a baixa liquidez proporcionada pelos imóveis, mas buscando um retorno maior do que uma conta poupança ou fundo de investimentos com baixo risco? Então você deverá pensar seriamente em investir em empréstimo P2P ou, “social lending”, onde as pessoas emprestam dinheiro uns aos outros. O retorno poderá ser bastante atraente, mas esses empréstimos poderão ser bastante arriscados também.

Enquanto esse sistema já existia há muito tempo na Europa, onde existe mais de uma dezena de sites de empréstimo social (também conhecida como peer-to-peer ou P2P redes empréstimo), essa modalidade de empréstimo cresceu vigorosamente nos EUA, nos últimos dois anos, com o objetivo de intermediar empréstimos entre os tomadores e credores individuais. No Brasil, as atividades deste tipo de investimento começaram em 2010, através da empresa Fairplace. Atualmente, o Fairplace conta com mais de 1500 usuários e mais de R$ 800.000,00 em empréstimos realizados.

Se você está convicto a mergulhar de ponta cabeça neste oceano, siga estas quatro estratégias que serão de grande valia e poderão lhe economizar preciosos reais:

1. Comece pequeno.

No Fairplace você poderá começar investir com apenas R$ 50,00. Embora as taxas de juros elevadas possam parecer irresistíveis, seria de bom entendimento ir investindo aos poucos enquanto vai se adaptando ao sistema. Lembre-se que até os analistas de crédito mais experientes erraram na crise do subprime.

2. Analise bem o Tomador.

Avalie cada detalhe exposto no pedido de empréstimo, isto pode fazer a diferença entre receber ou tomar um “cano”, verifique renda mensal, % da renda utilizada para pagar prestações, a razão do empréstimo, o valor do empréstimo e principalmente o rating do Tomador e a probabilidade de perda esperada. (favor reler artigo postado neste blog sobre dicas de investimentos)

3. Diversificar.

No Fairplace você investe já sabendo que existe uma taxa de risco de inadimplência, o que significa que você tem a possibilidade muito real de perder parte ou a totalidade de seu investimento. A diversificação é a melhor estratégia para minimizar este risco. Espalhe o seu investimento através de vários tomadores com empréstimos e objetivos diferentes, localizações, ratings diferentes, objetivando uma melhor relação risco/retorno.

4. Certifique-se que as taxas refletem os riscos.

Compare as taxas entre empréstimos com o mesmo rating ainda abertos, verifique as taxas dos leilões já encerrados, compare o que você ganharia no banco com risco praticamente zero e qual seria o spread a ser cobrado para compensar este risco. Avalie as taxas cobradas pelos bancos no último mês e compare com as taxas do Fairplace, estude, pesquise, no final das contas isso fará uma grande diferença.

Lembre-se, os empréstimos P2P devem ser considerados de alto risco, e você pode perder todo o seu investimento. Como acontece com qualquer investimento, não se esqueça de realizar a sua própria auditoria, aumentando em alguns momentos o risco e em outros momentos a rentabilidade.

As finanças agora são 2.0

Quando os gurus do Vale do Silício John Battelle e Tim O'Reilly criaram, em 2004, o termo web 2.0, muita gente duvidou de uma nova transformação na forma como as pessoas interagiam e se informavam com base na internet. Afinal, o email havia substituído as correspondências, os programas de mensagem instantânea permitiam conversar ao vivo com alguém do outro lado do mundo e as pessoas já encontravam nas páginas da internet as notícias que leriam nos jornais do dia seguinte. A experiência dos últimos anos, porém, mostrou que a web 2.0 - a ideia de que os sites são cada vez mais construídos com a participação dos usuários, seja na forma de comentários, votações ou produção de conteúdo - trouxe, sim, diversas transformações.

A constatação mais recente dessa nova ordem virtual foi o uso do microblog Twitter durante a Copa do Mundo da África do Sul, que permitiu que milhares de desconhecidos do mundo inteiro compartilhassem instantaneamente suas impressões sobre cada lance dos jogos. O Twitter também foi o meio usado por várias estrelas da Copa para se comunicar com os fãs. Agora, a nova fronteira é o mundo das finanças. Depois de mudar a maneira como as pessoas se relacionam entre si, a web 2.0 começa a lançar seu efeito transformador sobre a forma como as pessoas lidam com o dinheiro.

As seis pessoas que aparecem nas fotografias ao lado representam um claro exemplo do potencial das redes sociais no ambiente financeiro. Apesar de morarem em cidades distantes e de nunca terem se encontrado, elas já fecharam negócios entre si. Todos fazem parte da Fairplace, um serviço criado há três meses para reunir gente que precisa de dinheiro com pessoas dispostas a emprestar. O sistema é bastante simples. Uma pessoa quer tomar um empréstimo de 5 000 reais para comprar uma moto, por exemplo. Publica um anúncio no site com o pedido e com uma breve explicação do que vai fazer com o dinheiro. Com as informações cadastrais do usuário, a Fairplace publica com o anúncio um perfil de risco, com base em dados da empresa de informações de crédito Serasa Experian. Quem tem dinheiro para emprestar pode fazer uma proposta, a uma determinada taxa de juro. Se houver várias ofertas, a Fairplace calcula automaticamente qual a melhor combinação de taxas para o candidato a credor.

Essa modalidade de "empréstimo entre iguais" existe há alguns anos nos Estados Unidos. Para o tomador, a vantagem é conseguir um financiamento com juros menores. A taxa média dos empréstimos fechados via Fairplace foi de 3,3% ao mês, um luxo em comparação aos 8,3% do cheque especial. Para o investidor, o atrativo é poder montar uma carteira com retorno superior ao de outras aplicações, como poupança e CDB, que atualmente estão rendendo, respectivamente, 0,5% e 0,75% ao mês. É claro que a possibilidade de ganhos maiores não vem sem um aumento de risco: caso o devedor não pague o crédito obtido, quem assumirá a perda é o próprio investidor. "É preciso considerar que algumas pessoas não vão pagar mesmo. Por essa razão, busco fazer uma carteira bastante diversificada", afirma o engenheiro Diego Ramos Venancio, de 33 anos, que já emprestou para mais de 40 pessoas por intermédio do site.

Mas nem tudo é lucro no mundo dessas redes de empréstimos, como mostra o exemplo americano. Com a crise desencadeada depois da quebra do banco Lehman Brothers, houve um aumento da inadimplência e a Securities and Exchange Comission (SEC), órgão que fiscaliza o mercado de capitais americano, entrou em cena. No final de 2008, suspendeu as atividades dessas comunidades até que uma nova regulação fosse implantada. "Ficamos cerca de seis meses sem trabalhar", diz o americano Chris Larsen, presidente da Prosper, empresa com sede na Califórnia que possui uma carteira de 1 bilhão de dólares em empréstimos e 960 000 cadastrados. No ano passado, com os empréstimos transformados em títulos e devidamente monitorados pela SEC, a vida das comunidades voltou ao normal. Por aqui, esse tipo de negócio é muito incipiente. A Fairplace, até agora o único serviço brasileiro, tem 5 000 cadastrados e ainda não chegou a 150 transações fechadas.

Fonte: Revista Exame - Ed. Abril - 28/07/2010

Empréstimos com vencimento no dia 19 de agosto de 2010

TÍTULO  SCORE/ PERDA VALOR RENDA MÊS TX. PRET. PRAZO HORA FINAL
Pagamento de Dívidas B - 14,30% 5.535,20 2.750,00 1,00% 2 anos 10:40
Cartões de Crédito C - 28,70% 5.535,20 2.886,62 1,50% 2 anos 10:45
Pagamento de Dívidas A - 5,80% 5.535,20 5.500,00 0,90% 2 anos 11:31
Troca de veículo C - 28,70% 5.315,79 1.100,00 1,50% 2 anos 12:04
Capital de Giro B - 14,30% 5.535,20 1.500,00 2,22% 2 anos 12:35
Equipamentos Informatica A - 5,80% 5.535,20 6.000,00 1,50% 2 anos 13:40
Foco em Treinamento C - 25,50% 5.425,49 1.000,00 2,30% 2 anos 16:00